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Religião, futebol e política não se discute, correto?

Ledo engano. Recentemente Sorocaba e os sorocabanos discutiram religião e a laicidade, expressão até então desconhecida de muitas pessoas, por ocasião da decisão judicial que determinou a retirada, por parte da Prefeitura, do “totem” com os dizeres “Sorocaba é do Senhor Jesus Cristo” localizado na entrada da cidade.

Futebol e Copa do Mundo estão na pauta de toda roda de conversas. Há quem esteja se preparando para torcer para a seleção canarinho, há quem esteja torcendo para o “jacaré”, vibrando com entusiasmo para que as mazelas do país sejam escancaradas para o mundo todo mostrando que o padrão Fifa não existe em solo brasileiro.

Sem menoscabar a importância de se discutir religião e futebol, outro debate se faz mais decisivo para o nosso futuro. É ano eleitoral e discutir Política – com letra maiúscula – deve ser a preocupação de todos nós.

Fartos de tanto desmando da coisa pública e enojados com a corrupção que corrói o patrimônio público e fere de morte a dignidade do povo brasileiro, devemos mostrar aos representantes de nosso poder que aprendemos a votar e só irão nos representar aqueles(as) políticos(as) que sejam verdadeiramente “ficha limpa”.

O poder é do povo, que está no momento de exercitá-lo. A partir de 6 de julho terá início a propaganda eleitoral que se estenderá até o primeiro sábado de outubro, véspera do grande dia de nossa democracia. Valoremos e discutamos propostas. Cobremos dos candidatos explicações concretas de como suas ideias e ideais impactarão em melhores condições de vida para todos nós. Desacreditemos aqueles que não souberem ou não quiserem dar explicações ou insistirem em fórmulas mágicasd para erradicar a pobreza, eliminar as desigualdades sociais, exterminar o desemprego ou a desenfreada violência.

Sejamos sinceros com nossas consciências. É chegada a hora de uma grande corrente, sem máscara no rosto, para provocarmos a mudança: não da oposição pela situação, mas da ética pelo desvio, da transparência pelo escuso, da igualdade de oportunidades pelo favorecimento.

A Ordem dos Advogados do Brasil e seus combativos militantes estarão de prontidão na vigília dos abusos que possam expor a risco a legitimidade das eleições. Por acreditar no povo que não foge à luta, perseverarão com a fé na goleada do povo brasileiro.

Se infelizmente a fé falhar ou a vitória não vier, não desaninemos: sigamos fiscalizando os infiéis e aqueles que marcarem gol contra para o seu acerto de contas no altar da Justiça ou no pódio dos Tribunais.

Publicado na Revista Mais OAB, edição n.05, ano IV, junho-julho 2014, p. 24

 

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